segunda-feira, 31 de agosto de 2015

NORMALIDADES

Primeiro, falemos de futebol: o Porto e o Sporting saltaram para o topo da tabela ao lado da surpresa Arouca. Não vi os jogos, mas, mais uma vez, parece que os encarnados andaram mais de metade do tempo a ver o adversário jogar para, no final, acabarem por ganhar em cima do apito final.

VÍDEOS:




As arbitragens estão na ordem do dia. Em 3 jornadas da Liga, em todas foram cometidos erros graves de juízo por parte dos árbitros, e o jogo de 4ª-.feira entre o CSKA de Moscovo e o Sporting, apenas veio adensar o espírito de revolta.

Cuneyt Çakir - árbitro do Sporting-CSKA (18/Ago/2015)
Já aqui dissemos que os Leões não perderam o jogo de Moscovo por causa do árbitro, mas os erros cometidos foram graves e este fim de semana, na Liga Portuguesa, mais uma vez os juízes das partidas voltaram a avaliar mal alguns lances decisivos. Os árbitros são, cada vez mais, o elo mais fraco do futebol atual e, segundo parece, ninguém - quer dizer, a(s) Liga(s) nacionais de cada país, a UEFA, a FIFA -, ninguém, dizia eu, parece estar interessado em alterar a situação.

Pavel Královec - árbitro do CSKA-Sporting (26/Ago/2015)
Este é um campeonato que Benfica, Sporting e Porto não podem perder, mas apenas um poderá ganhar. Isso alimenta uma enorme tensão, trazendo ao de cima o pior da rivalidade entre os clubes. Esperemos que nos jogos entre si, possamos apenas falar de futebol. Há maus exemplos em todo o lado - lembro-me, para já, da (má) rivalidade entre o Inter e o Milão, que normalmente provoca mortos e feridos entre os adeptos. Não gostava nada de ver esse ambiente transportado para os palcos portugueses.


A UEFA, enquanto organismo regulador, podia (pelo menos, tentar!) dar um melhor exemplo nos jogos internacionais, mas a verdade é que não sabe ou não quer fazê-lo. Não sei o quê, mas algo tem que ser feito em relação às arbitragens.

sábado, 29 de agosto de 2015

LIGA EUROPA: FASE DE GRUPOS


Aqui estão os grupos da Liga Europa, ditados pelo sorteio de ontem, competição onde, acredito eu, ainda irão aparecer mais uma ou duas equipas portuguesas lá mais para Dezembro. Iremos ver, de Benfica e Porto, quais irão conseguir bater-se com os clubes europeus mais vocacionados para a Liga dos Campeões.

 
 
 
 
uefa.com
(Aparentemente) nenhum dos clubes portugueses se pode queixar muito, embora, como sabemos, nestas coisas do futebol, as grandes surpresas podem sempre vir de onde menos se espera. A maior curiosidade será ver como a inexperiência do Belenenses pode condicionar o desempenho da equipa, contra adversários como a Fiorentina ou o Basileia.





quinta-feira, 27 de agosto de 2015

LIGA DOS CAMPEÕES: FASE DE GRUPOS


Se estes grupos são fáceis ou difíceis, só poderemos dizer lá muito mais para a frente.

Quanto ao Porto de Julan Lopetegui, já sabemos que, com maiores ou menores dificuldades, lá consegue ir andando, arrecadando uns milhões. No ano passado apenas o semifinalista Bayern de Munique conseguiu afastar os Dragões e apesar duma derrota humilhante na Alemanha, conseguiram por os homens de Pep Guardiola em sentido, com uma vitória no Norte por 3-1.

 
 

A grande incógnita é mesmo o Benfica de Rui Vitória - um estreante na Liga dos Campeões -, que nas competições internas tem andado pelas ruas da amargura, somando derrotas desde a pré-época, com exceção dos 4-0 ao Estoril, que, mesmo assim, só foram conseguidos depois de uma hora de futebol deprimente e sem ideias.

A 21 CENTÍMETROS DA PRATA

O pódio de Pequim/2015: Nelson Évora (17,52), Christian Taylor (18,21) e Pedro Pichardo (17,73)

Nelson Évora conquistou hoje a medalha de bronze na prova do triplo salto dos Mundiais de Atletismo de Pequim, na China, ao saltar 17,52 metros, a sua melhor marcada da temporada.


Desde os mundiais de Berlim em 2009, esta é a primeira medalha de Nelson Évora em grandes campeonatos ao ar livre.

Numa prova ganha por Christian Taylor com 18,21 metros, a segunda melhor marca da história, Nelson Évora só confirmou a medalha no último ensaio.

AGIR, REAGIR

VÍDEO:
CSKA 3 - 1 SPORTING

Para começar esta conversa, temos de ser claros numa questão: o Sporting foi prejudicado pela arbitragem em ambos os jogos contra o CSKA. Quer em Lisboa, o golo marcado por Doumbia, quer em Moscovo, o golo marcado pelo mesmo jogador, que colocou o resultado em 1-1, foram marcados com o braço. As repetições televisivas são claras. O Sporting foi eliminado devido a isso? Não. O Sporting foi eliminado porque não soube agir quando tinha de agir e, quando quis reagir, era tarde.


A posteriori todas as opiniões são válidas. Quando ontem disse aqui que, quem marcasse o primeiro golo teria vantagem na eliminatória, porque beneficiaria da desmotivação do adversário, não esperava que o Sporting - tendo conseguido esse primeiro golo, que lhe dava uma enorme vantagem no conjunto das duas mãos - abdicasse de sufocar o CSKA. Ainda para mais, quanto durante toda a primeira parte do jogo, os leões demonstraram um perfeito domínio da partida, concentrados, parecendo saber muito bem o que queriam e como consegui-lo.


Aos 15 minutos da segunda parte o CSKA conseguiu o golo do empate, golo esse que abanou o Sporting, parecendo-se esquecer que, apesar do empate, estava em vantagem na eliminatória. Além disso, era evidente que a equipa de Moscovo não era em nada superior ao Leões.


Enquanto abanava e não abanava, o Sporting, que devia reagir ao golo sofrido com a determinação que demonstrara na primeira parte, foi-se deixando levar por aquele futebol medíocre dos russos. Quando era tempo de agir, os Leões ficaram à espera da reação do CSKA, motivado pelo 1-1 conseguido mesmo em cima do intervalo, e consciente que com apenas mais um golo empatava a eliminatória. Nem a equipa portuguesa tentou pegar no jogo, nem a equipa de Moscovo parecia modificar o seu sistema de passes longos, a rasgar a defesa adversária, até porque esse esquema - que parece ser o único que o CSKA conhece - já lhe dera frutos.


Enquanto os russos iam tentando e os portugueses ficavam à espera, o CSKA faz o 2-1, empatando a eliminatória. E quando era tempo do Sporting reagir e procurar o empate, os Leões fizeram exatamente o contrário: enrolaram o jogo, à espera do prolongamento. Um erro tático que custou o 3-1 e a eliminação. Faltavam 5 minutos para acabar o jogo e a reação sportinguista foi infrutífera, tardia e mais desesperada que metódica.


Em 5 minutos pouco mais há a fazer, para quem está em desespero de causa, que lançar bolas para a área à espera de um erro da defesa adversária ou de um ressalto de sorte. Nada disso aconteceu e o Sporting vê-se fora da Liga dos Campeões, eliminado por uma equipa em nada melhor, em nada superior. Quando foi tempo de agir, os Leões nada fizeram; quando quiseram reagir, era tarde.

Liga dos Campeões: divisão dos potes
Hoje, às 21:30 de Portugal, quando o Belenenses entrar em campo para disputar a 2ª mão da pré-eliminatória de acesso à Liga Europa, já saberemos o destino das equipas portuguesas na Liga dos Campeões. Esperemos que os homens de Belém se juntem a Braga e Sporting na Liga Europa e que, ao mesmo tempo, a sorte esteja com Benfica e Porto no sorteio da Liga dos Campeões.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

PÉ NO PRESTIGIO, MÃO NOS MILHÕES


Sim, sim, todos sabemos como a Liga dos Campeões trás prestigio, mas também sabemos quantos milhões veem colados à fama. E se as equipas portuguesas a pouco mais podem aspirar, quando falamos duma competição onde os grandes clubes europeus investem fortunas, sobra-nos, pelo menos, o dinheirinho que vai caindo para os cofres vazios de Benfica e Porto - estes de certeza -, a quem o Sporting deseja juntar-se hoje.


Os Leões vão a Moscovo em vantagem, mas há uma linha muito ténue entre a vitória em casa por 2-1 e a vitória na eliminatória.

Todos sabemos como aquela linha avançada do CSKA corre como um TGV, pondo a cabeça em água às defesas adversárias. Mas o Sporting tem o privilégio de iniciar a partida a ganhar e poder fazer um golo - apenas um - que vai abalar a moral dos militares de Moscovo. É minha opinião que, quem marcar primeiro hoje, terá uma vantagem emocional que pode decidir o jogo.

Liga dos Campeões: resultados de 25/Ago/2015

A Espanha já tem 5 equipas na fase final da Liga dos Campeões; Portugal pode aspirar a ter três, assim o Sporting de Jorge Jesus consiga enfrentar o CSKA com um futebol diferente - muito diferente - daquele que apresentou no sábado passado contra o Paços de Ferreira.


Amanhã, outra equipa portuguesa vai lutar pelo acesso à Liga Europa: o Belenenses, que (também) está em vantagem na eliminatória. É, neste momento, o único representante nacional na que chamamos a "segunda divisão" europeia. Não vale os milhões da Liga Europa, mas para os Azuis do Restelo, os trocos da Liga Europa valem ouro.


segunda-feira, 24 de agosto de 2015

ORA AGORA PERCO EU

VÍDEOS:


O Arouca isolado em 1º lugar, só pode ser surpresa para quem não viu a forma atabalhoada e desinteressante, como os (chamados) "candidatos ao título" encararam os seus jogos.

Depois de Sporting e Porto terem tropeçado no sábado, contra o Paços de Ferreira e Marítimo, respetivamente, o Benfica decidiu ser solidário e ir a Aveiro perder contra o Arouca.



Qualquer que seja o resultado do Académica-Setúbal de hoje, o Arouca vai entrar na próxima jornada como líder da Liga Portuguesa, deixando para trás toda a concorrência.

É verdade que dois pontos à segunda jornada valem pouco ou nada até ao final, lá para Maio. Mas não deixam de ser o sintoma claro da confusão que vai pelos lados da Luz, de Alvalade e do Dragão, onde se investiram milhões, mas de onde está a sair muito pouco futebol.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

ACABOU-SE A MALDIÇÃO RUSSA


VÍDEO:

Pelo conjunto de resultados desta primeira pré-eliminatória, podemos ver o equilíbrio que estas equipas teem entre si. Não seria de esperar outra coisa em Alvalade. Com exceção do resultado de Old Trafford, onde o Manchester United conseguiu uma margem mais folgada – mesmo assim, depois de ter estado a perder -, todos os jogos acabaram pela diferença mínima.

Sporting-CSKA: ficha do jogo
É evidente que o resultado de 2-1 não dá muita confiança para a deslocação a Moscovo, mas por outro lado, temos que ver que o Sporting conseguiu ser absolutamente demolidor nos primeiros 15 a 20 minutos, isto contra uma equipa que já leva para lá de um mês de campeonato, muito mais avançada na preparação física e tática, orientada há 5 anos pelo mesmo treinador, já sabendo, portanto, muito bem o que quer e como lá há-de chegar.
O problema do Sporting foi ter parado um pouco após o golo de Gutiérrez aos 12 minutos, sem perceber que, para respirar – porque seria impossível manter o ritmo do primeiro quarto de hora -, não significa necessariamente entregar o jogo ao adversário. Durante um largo período de jogo, a maldição do CSKA pairou por Alvalade, memórias da final da Taça UEFA.


O penalti falhado por Doumbia aos 27 minutos foi apenas um aviso. O golo, aos 40 minutos, era previsível dada a incapacidade dos leões de aguentar a subida do CSKA. Durante os últimos 15 minutos da primeira parte e os primeiros 15 minutos da segunda, o Sporting pareceu algo perdido pelo campo, como se tivesse do segundo golo, mais medo de o marcar do que de o sofrer.


Quando o Sporting voltou a pegar no jogo aos 60, 70 minutos, já os níveis de nervosismo tinham tomado conta da equipa e o 2-1, consequência de uma jogada colectiva brilhante entre Carrillo e Slimani, não permitindo respirar de alivio para a segunda mão, faz com que os homens de Alvalade possam ainda sonhar com os milhões da Liga dos Campeões. Basta um golinho na Rússia para o CSKA tremer.

Na próxima 5ª-feira, embora a imprensa pouco ou nenhum relevo tenha dado a isso, o Belenenses irá defender a honra lusa na Liga Europa contra o Altach que, sem mais nem menos, no conjunto dos dois jogos, despachou o Guimarães por 6-2 na primeira pré-eliminatória.


terça-feira, 18 de agosto de 2015

A CANECA QUE CONTA


Diz a publicidade, que a época mal começou e o Sporting já ganhou uma Taça. É verdade e serve para animar os adeptos leoninos, que sonham com uma época de arrasar e este primeiro troféu coloca-os à porta do Paraíso.

Mas o que realmente conta, começa hoje. Para o bem e para o mal, o Sporting, se quer entrar no grupo das equipas vencedoras, tem de disputar os troféus que realmente contam e aquele que verdadeiramente distingue as equipas das equipazinhas, é a Liga dos Campeões - dai eu sempre ter afirmado que o Benfica de Jorge Jesus nunca passou de um clube de "trazer por casa", como aquelas pantufas que usamos todos os dias. mas arrumamos sempre debaixo da cama e nunca ninguém vê.


Não só o Sporting tem má memória do CSKA de Moscovo, como todos sabemos que o Jorge Jesus tem pouca apetência pela Liga dos Campeões, preferindo concentrar-se em coisas mais simples e ganhando campeonatos nacionais, que, parece-me, é o verdadeiro objetivo em Alvalade.


Em primeira analise, estão em jogo muitos milhões de euros; mas o que realmente conta, é que a Liga dos Campeões será sempre a competição que separa as grandes equipas das outras! Quer dizer, há um pequeno grupo de clubes que disputam a Liga dos Campeões e depois há os outros, os que vão lá ganhar uns euros.
Levar esta taça para casa é o sonho dos grandes. Para o Sporting, o caminho começa hoje.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

MAIS OU MENOS DIFICULDADES


VÍDEOS:

Só assisti a dois jogos, o Tondela-Sporting e o Benfica-Estoril. Após o primeiro fim de semana, uma coisa é certa: com todas as asneiras cometidas em ambas as partidas, os árbitros continuam a ser o elo mais fraco do futebol português. Mal preparados, foram cometidos erros graves que tiveram influência no resultado. O pior de tudo é que, agora, temos um ex-arbitro a dirigir a Liga de Futebol, portanto nada de bom se avizinha.
Dito isto, passemos ao que é importante.
Record de 15/Ago/2015

Sporting, Porto e Benfica, com maior ou menor dificuldade, ganharam os seus jogos. Se esta primeira partida é de importância extrema, parece ter sido o Dragão quem melhor lidou com a ansiedade.

O Jogo de 16/Ago/2015
Enquanto o Sporting e o Benfica iam demonstrando alguma ansiedade na concretização dos novos processos táticos, o Porto, talvez por ter encontrado o adversário menos aguerrido, assentava o seu jogo de forma consistente.
A Bola de 17/Ago/2015
O Sporting esteve a tremer, empatado a 1 com o Tondela, conseguindo a vitória já nos descontos e o Benfica demorou quase uma hora a assentar o seu jogo, não estando já a perder nessa altura, devido a uma exibição de sonho do guarda redes Júlio César.
Durante cerca de 60 minutos o Benfica pareceu apático, nervoso e incapaz de suster um Estoril atrevido, arrumado na defesa e rápido no contra ataque.

Os dados estão lançados para o campeonato de 2015/2016. Aquele que ninguém pode perder, mas que só um poderá ganhar.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

MAIS A PERDER QUE A GANHAR


Começa hoje, com o Tondela-Sporting às 20:30 horas de Portugal, o campeonato português de 2015/2016. Só em Maio do próximo ano é que poderemos descascar o percurso das equipas e os resultados que alcançarem. É, no entanto, um torneio que levanta, logo à partida, inúmeras expectativas, principalmente para os chamados “três grandes”.
Se a conversa da saída de Jorge Jesus do Benfica para o Sporting ainda vai durar algum tempo – principalmente porque o novo treinador dos leões passa mais tempo a falar do antigo clube que do novo -, é no futebol e do que poderemos esperar ao longo dos próximos 10 meses que nos devemos concentrar.
O campeonato de 2015/2016 parece ser o mais angustiante dos últimos tempos quer para o Benfica, quer para o Porto, quer para o Sporting.

Rui Vitória
Para o Benfica porque, depois de ser bicampeão, perdeu o que a generalidade das pessoas considera o principal obreiro das vitoriazinhas caseiras das águias – já que a nível Europeu os encarnados foram piores que medíocres, com exceção duma final perdida na Liga Europa. A saída do treinador (não só pela forma como ocorreu) abanou as emoções dos homens da Luz e este campeonato que agora começa, significa muito mais que um troféu. Significa mostrar a todos que a  estrutura do clube se mantém intacta e que o todo é maior que as partes, mesmo todas somadas.
O Benfica quer desesperadamente ganhar o campeonato de 2015/2016, como uma espécie de “chapada de luva branca” a Jorge Jesus em particular e ao Sporting em geral. Resta saber se o treinador Rui Vitória tem estofo de campeão e experiência para treinar um clube do topo da tabela em Portugal.

Final da Supertaça/2015: Jorge Jesus e os jogadores do Sporting
Para o Sporting, este campeonato é tão importante como o é para o seu treinador. Depois de, quanto?... 17 anos? A ganhar pouco o nada a nível de futebol – não esquecer que o Sporting é, provavelmente, um dos maiores clubes do mundo quando se fala de modalidades (chamadas) amadoras, argumento muito usado pelos próprios para lavar as lágrimas dos desaires futebolísticos -, a nível do futebol, dizia eu, os leões teem andado pelas ruas da amargura. O investimento, financeiro e emocional, feito em Jorge Jesus, gera expectativas altas em Alvalade. Um desastre no campeonato é muito mais que uma derrota, é o desmoronar dum projecto assente num homem. O perigo desses projectos é que esse homem acaba por ter pouco apoio lateral e o desmoronamento é mais fácil. Veja-se o caso do Porto em 2014/2015.
O Sporting tem te provar, a si mesmo e aos outros, que a decisão de entregar sem reservas o projeto futebolístico a Jorge Jesus, não foi um erro.

Julan Lopetegui
Quanto ao Porto, que passou o 2014/2015 sem ganhar nada, apesar de se poder vangloriar de ser a equipa nacional que mais longe chegou na Liga dos Campeões, onde apenas foi derrotado pelo Bayern de Munique – e, mesmo assim, depois de infligir aos alemães uma derrota de 3-1 no Dragão -,  a verdade é que a nível interno os homens do Porto fizeram uma travessia do deserto à qual não estão nada habituados à mais de 20 ou 30 anos.
Julan Lopetegui pode-se desculpar com o desconhecimento do futebol português, mas o que vimos do Porto na época passada foi muito mais que fragilidades técnicas. O Porto era uma equipa desinteressante, sem alma, como se costuma dizer, coisa a que os homens do norte não estão habituados.
Este campeonato de 2015/2016, para o Porto, é um murro na mesa, um grito de revolta contra a inoperância demonstrada na época passada. Os Dragões precisam de ganhar este troféu, para provar a si próprios e aos outros, que 2014/2015 foi um acidente e que podem esperar a equipa de regresso.
Este campeonato de 2015/2016, que hoje começa, tem, pela primeira vez desde há muito tempo, os chamados “três grandes” em profundo desespero pela vitória. Só um vai poder festejar, veremos quem será. Por “profundo desespero” entendo o facto de os três terem muito a demonstrar, pouco a ganhar e muito a perder. No final, a vitória no campeonato será apenas mais uma vitória, mas a derrota – mesmo o 2º lugar – será muito mais que uma derrota.

Nikê: a deusa grega da vitória
Parece-me que, entre o Benfica, o Porto e o Sporting, este campeonato vai ser jogado muito mais fora que dentro dos relvados. O Jorge Jesus não se cala; o Rui Vitória não fala; e o Julan Lopetegui ainda não disse nada, mas calculo que esteja em pulgas para se meter na confusão, nem que seja para dizer que não se mete na confusão!


quarta-feira, 12 de agosto de 2015

E TODOS FORAM HEROIS


VÍDEO:

Há certos jogos que nos fazem acreditar que o futebol é mesmo o maior desporto do mundo. Foi o que fizeram o Barcelona e o Sevilla, ontem na Geórgia, no Estádio Boris Paichadz de Tbilisi.

Aos 16 minutos de jogo, com três remates à baliza, todos de livres diretos, já havia 2-1 a favor do Barcelona. 
O segundo golo de Messi, que colocou o Barcelona a vencer por 2-1, depois de ter estado a perder por 1-0 aos 3 minutos, desmoralizou o Sevilha que deixou os catalães dominarem a seu belo prazer, naquele jogo quase irritante de controlo de bola, de passes rápidos e certeiros, que vai deixando os adversários, primeiro perdidos e depois irritados.


Quando chegou o intervalo, o Barcelona vencia por 3-1 e, logo aos 51 minutos marcou o 4º golo, pondo o resultado em 4-1 e o jogo (aparentemente resolvido). Mentira. Aos 57 minutos Reys reduz para 4-2 e, cerca de 15 minutos depois, Gameiro marca uma grande penalidade que coloca o resultado em 4-3.

Equipas iniciais
Foi a vez do Barcelona tremer, principalmente porque a saída de Iniesta tinha fragilizado todo o meio campo dos catalães, que pareciam perdidos em campo, incapazes de suster a cavalgada do Sevilha, moralizado e a um golo do empate.

A moral do Barcelona caiu a pique e, com ela, começaram a vir ao de cima as fragilidades físicas próprias da pré época e de vários jogadores com menos tempo de férias, devido à participação na Copa América.

O Sevilha, por seu lado, corria pelo campo fora como se não houvesse amanhã, passava pelos jogadores do Barcelona como se estivessem parados, e aos 81 minutos fez o golo do empate.



O Barcelona recompôs-se, fez das fraquezas forças e conseguiu aguentar até ao prolongamento sem sofrer mais estragos, também porque o Sevilha, conseguido o empate, acalmou, respirou fundo e sentiu que tinha invertido o rumo dos acontecimentos: se ao intervalo estava quase acabado, aparecia agora como a equipa mais motivada, com mais capacidade física e com a moral em alta, tudo fruto de uma recuperação alucinante, que os colocara perante um resultado de 4-4, depois de estarem a perder por 4-1.


 A primeira parte do prolongamento correu monótona, com ambas as equipas fisicamente desgastadas, até que aos 115 minutos, num livre direto, o guarda redes Beto defende uma bola para a frente, onde aparece o talismã Pedrito. O Barcelona faz o 5-4 a 5 minutos de acabar o jogo, numa altura em que já toda a gente pensava nos penaltis.

Mesmo assim, nesses 5 minutos restantes, o Sevilla criou duas oportunidades de golo flagrantes, que só não concretizou por falta de concentração e porque o Barcelona estava, mais uma vez, protegido por aquela estrelinha que beneficia os campeões.

Nenhuma destas equipas merecia ter perdido o jogo, mas a decisão por grandes penalidades seria, ela própria, uma injustiça tão grande como a derrota de qualquer um. Há um momento em que Nikê, a deusa grega da vitória, tem de tomar uma decisão. Em certos momentos, o "sopro da vitória" é inglório para uns, mas os deuses não brincam em serviço e nunca se enganam.