Poucos jogadores estarão dispostos a atravessar o mundo para jogar snooker, realizando partidas a horas impróprias ou, em alternativa, transmitidas para o resto do mundo a horas impróprias.
Sabendo isso, os chineses decidiram abrir os cordões à bolsa e, independentemente dos outros prémios acumuláveis ao longo do torneio, o China World Open oferece, ao vencedor da final, a módica quantia de 80.000 £.
Com tanto incentivo, Mark Selby e Shaun Murphy decidiram fazer a vida negra um ao outro.
Quando chegou o intervalo, com Murphy a vencer por 7-2, pouca gente se lembrou que Selby é o rei do jogo tático, capaz de inventar snookers contra o seu adversário nas jogadas mais inocentes. É por isso que não surpreendeu quando recuperou para 8-6, numa partida em que não fez o 8-7 por culpa própria, permitindo a Murphy o 9-6, a uma partida de ganhar o jogo.
A última batalha demorou 50 minutos. A perder por 24-71, a precisar de 3 snookers, Selby levantou-se e começou a abrir o livro.
Quase uma hora depois, estava a 3 pontos de ganhar a partida, deixando Murphy a ranger os dentes de raiva, muito mais por ter falhado algumas excelentes oportunidades de acabar com o jogo, apesar de ter, inúmeras vezes, conseguido sair de situações complicadas. Outro jogador diferente de Shaun Murphy teria perdido a partida por puro desespero! - Como eu já vi acontecer a Graham Dott, que via Selby a ganhar partidas sucessivas e só se levantava da cadeira para sair de situações de snooker, incapaz de embolsar uma única bola durante horas.
Murphy, se não conseguiu manter a calma, pelo menos conseguiu manter a concentração e acabou por fazer o 10-6, ganhando a batalha tática e o jogo. No final não sorriu nem foi exuberante, percebendo o que tinha deixado o seu adversário fazer, também por elevado nível de Selby, mas principalmente por se ter deixado envolver num tipo de jogo que não lha interessava e do qual teve muitas dificuldades em sair.
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