quinta-feira, 17 de abril de 2014

PHILIA E POTÊNCIA DE SER

Seja qual tiver sido a opção, a escolha só pode ter levado à felicidade. Aristóteles chama-lhe "philia", a alegria do que se tem, um momento que vale só por si. Espinoza definia "alegria" como e estado mais potente do Ser, e eu defino-o como o sentimento de poder conquistar o mundo.
Eu tive a (suprema) felicidade e alegria - não podia deixar de juntar ambos, Aristóteles e Espinoza! - de assistir aos dois.



Em Valência o jogo foi intenso e tremendamente bem jogado, mas a verdade é que o Barcelona esteve sempre por baixo do jogo. O Real Madrid marcou aos 11 minutos por Di Maria e isso não foi mais que o corolário do domínio que exercia. O Barcelona reagiu mas sem nunca entrar com perigo na defesa madrilena.


A segunda parte começou com o Barcelona ao ataque, agora com mais discernimento e qualidade, tendo empatado o jogo aos 68 minutos  por Bartra, depois de uma ou duas oportunidades falhadas.
Aos 85 minutos apareceu Gareth Bale que fez uma jogada desde o meio campo para concluir com o 2-1 para o Real Madrid, jogada essa de tal forma humilhante para o defesa do Barcelona, que devia dar direito a reforma antecipada.


No outro televisor as coisas não eram muito diferentes. Duas equipas rivais a disputar um jogo intenso mas de qualidade. O Porto na expectativa e o Benfica à procura do empate na eliminatória, o que conseguiu aos 17 minutos por Salvio.
A expulsão de Siqueira, aos 28 minutos, entorpeceu os encarnados e os Dragões tiveram 10 minutos de domínio, mas sem terem verdadeiramente ameaçado Artur.


Na segunda parte o Porto, com mais um jogador e a sentir que podia controlar o jogo, empatou a partida aos 52 minutos e acalmou. Sabia que o Benfica precisava de mais 2 golos para ganhar a eliminatória e, ao mesmo tempo, sentia que o adversária não mostrava força anímica para arriscar num ataque desenfreado.


Foi um erro fatal para os homens do norte. O Benfica, sem atacar com grande qualidade, com os movimentos presos pela falta de um homem, conseguiu um penalti que Enzo Péres converteu, aos 60 minutos, e isso deu-lhe a força necessária para procurar o tento que lha faltava.


Conseguiu-o aos 80 minutos por André Gomes e depois os encarnados só tiveram de aguentar um Porto de cabeça perdida, acabando por perder Ricardo Quaresma por acumulação de amarelos, precisamente quando mais precisavam dele e dos seus passes compridos, a rasgar para a área, ou dos seus remates inesperados de trivela, que põem a cabeça em água a qualquer guarda redes.


Na realidade, o que mais separou estes jogos foi a competência dos juízes da partida. Em duas disputas iguais entre clubes rivais, disputadas com igual qualidade, igual intensidade, igual agressividade, o jogo em Espanha acabou 11 contra 11, com 5 cartões amarelos; o jogo em Portugal, acabou 10 contra dez, com 13 amarelos e 3 vermelhos - um deles para o treinador Jorge Jesus -, grande parte despropositados e inadequados, consequência apenas da incapacidade de controlar situações mais conflituosas. Os jogadores do Benfica e do Porto mereciam melhor sorte no árbitro que os dirigiu!

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