Nicolau Maquiavel |
John Stuart Mill |
Estou a ver os leitores deste blog - se os há - com os olhos em bico: "mas agora temos que aprender Filosofia?" Não, direi eu, embora reconheça que aprender Filosofia só possa fazer bem! É que esta pequena introdução filosófica - em geral - e ética - em particular - tem a ver com a euforia benfiquista, resultado da conquista dos três troféus disputados em Portugal - se considerar-mos que a Supertaça é um troféu que corresponde ao ano anterior e que é muito mais uma taça de pré-época que uma taça da própria época.
Se considerarmos que o Benfica nem sequer disputou a Supertaça de 2013, então, os encarnados conquistaram todos - TODOS! - os troféus que disputaram em Portugal na temporada de 2013/2014.
E mesmo a nível internacional, para chegarem à final da Liga Europa, deixaram pelo caminho a Juventos - tricampeão italiano - e o Tottenham, só como exemplo. Não vale a pena andar a rodear o assunto: os encarnados tiveram momentos próximo da perfeição.Portanto, o que me trás aqui é um outro filósofo - talvez o maior pensador da modernidade, e não só, dirão alguns -, muito menos preocupado com os fins e muito mais com os princípios: Kant. O filósofo que defendia que as ações seriam boas ou más, dependendo dos princípios que motivariam o agente da ação, o que se pode chamar, de forma simples, o dever.
Immanuel Kant |
A euforia benfiquista - que, ao mesmo tempo, tem muito a ver com uma certa catarse da frustração da época anterior - esquece-se que a equipa terminou o ano sem capacidade física, incapaz de enfrentar de igual para igual o Rio Ave, que na tabela nacional ficou em 11º lugar a 36 pontos de distância do Benfica. O Benfica ganhou a final da Taça de Portugal por sorte, da mesma forma que perdeu a final da Liga Europa por azar.
O(s) principio(s) do futebol atual impõem que as grandes equipas estejam preparadas para toda a época, se pretenderem disputar os grandes troféus. Os clubes que disputam finais europeias, teem de possuir condição física que lhes permita jogar as grandes decisões, que serão sempre em Abril e Maio.
É por isso que coloco muitas reservas ao planeamento do Benfica, do qual Jorge Jesus será o principal responsável. E é também por isso, que coloco grandes reservas à capacidade dos encarnados de serem - ou virem a ser num futuro próximo - uma grande equipa europeia, com capacidade de discutir os troféus mais importantes com adversários como o Real Madrid, o Barcelona ou o Bayern de Munique, só para citar alguns que estão no topo neste momento.
A alegria benfiquista permite-lhe, neste momento especial de glória interna, afirmar que os meios justificam os fins - como qualquer bom consequencialista - e que, se a má preparação permite a conquista de títulos, então que estejam mal preparados. Mas estão a esquecer-se que a verdadeira dimensão do Benfica deve ser internacional - mesmo que uma estranha maldição impeça que se ganhem as finais europeias. E essa dimensão europeia só se consegue com princípios consistentes - como diria Kant.
Tenho muita pena, mas continuo a não acreditar na equipa técnica de Jorge Jesus e não prevejo um futuro brilhante para o meu Benfica europeu, principalmente porque estas deficiências são recorrentes desde que o técnico tomou conta da equipa e teem acontecido todos os anos. Temo mesmo que, com adversários diretos mais apetrechados - refiro-me especificamente ao Porto e ao Sporting, que este ano estiveram longe do seu melhor - o Benfica não tenha um futuro brilhante mesmo a nível interno, o que, aliás, tem acontecido com frequência.
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