Todos sabemos como o resultado de 1-0 pode ser traiçoeiro, quer para quem está a ganhar, quer para quem está a perder. Para quem ganha, é uma linha ténue entre a vitória e o empate; para quem perde, é uma linha ténue entre poder perder ou poder empatar.
Portugal e Israel começaram o jogo com duas intenções diferentes: os primeiros com os olhos em Alvalade, mas os ouvidos no jogo da Rússia; os segundos conscientes que só uma vitória poderia dar-lhes alguma aspiração de acesso ao 2º lugar.
Cerca dos 15 minutos Portugal decidiu que aquele joguinho de deixar os israelitas andar a passear a bola pelo relvado não servia a ninguém e agarrou no jogo. Fez uso de um meio campo técnicamente superior e encostou Israel à sua grande área.
Aos 27 minutos Ricardo Costa deu uma cabeçada no sonho israelita de alguma vez poder ganhar este jogo.
Sentindo a incapacidade de Israel de alterar o rumo do jogo, Portugal voltou a ficar a olhar para a bola, exercitando-se em ganhar cantos, mas sem qualquer sentido objetivo de aumentar o resultado. Estava carimbado o acesso ao play-off e parecia que as coisas podiam ficar por ali.
A segunda parte não revelou nada de novo, ou, dito de outra forma, alterou tudo, principalmente os níveis de concentração de Portugal que, depois da confirmação da vitória da Rússia, percebeu que fizesse o que fizesse, fosse qual fosse o resultado do jogo contra Israel (excepto a derrota, mas Israel não revelava qualquer capacidade de virar o resultado), seria sempre obrigado a jogar o play-off.
E os erros começaram a ser cometidos de forma infantil até ao empate dos israelitas.
Se foi Rui Patrício - aquele que menos merecia - que cometeu o erro fatal, ele tem de ser efetivamente atribuído a toda a equipa, principalmente ao desinteresse que o meio campo e o ataque começou a demonstrar pelo jogo a partir dos 60, 65 minutos.
Portugal concentrou-se no play-off e os jogadores em risco por amarelo decidiram embirrar até ver o cartão que os impedirá de jogar contra o Luxemburgo mas ficar limpos para a jornada decisiva.
Resta-nos assistir ao próximo jogo impávidos e serenos e esperar que no play-off não nos calhe um dos monstros sagrados do futebol europeu, porque esta coisa de pensar dois jogos mais à frente pode dar trapalhada se, para resolver a presença no Brasil em 2014, tivermos de disputar a "negra" com uma França ou outra seleção do mesmo nível.
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