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Há certos jogos que nos fazem acreditar que o futebol é mesmo o maior desporto do mundo. Foi o que fizeram o Barcelona e o Sevilla, ontem na Geórgia, no Estádio Boris Paichadz de Tbilisi.
Aos 16 minutos de jogo, com três remates à baliza, todos de livres diretos, já havia 2-1 a favor do Barcelona.
O segundo golo de Messi, que colocou o Barcelona a vencer por 2-1, depois de ter estado a perder por 1-0 aos 3 minutos, desmoralizou o Sevilha que deixou os catalães dominarem a seu belo prazer, naquele jogo quase irritante de controlo de bola, de passes rápidos e certeiros, que vai deixando os adversários, primeiro perdidos e depois irritados.
Quando chegou o intervalo, o Barcelona vencia por 3-1 e, logo aos 51 minutos marcou o 4º golo, pondo o resultado em 4-1 e o jogo (aparentemente resolvido). Mentira. Aos 57 minutos Reys reduz para 4-2 e, cerca de 15 minutos depois, Gameiro marca uma grande penalidade que coloca o resultado em 4-3.
Equipas iniciais |
A moral do Barcelona caiu a pique e, com ela, começaram a vir ao de cima as fragilidades físicas próprias da pré época e de vários jogadores com menos tempo de férias, devido à participação na Copa América.
O Sevilha, por seu lado, corria pelo campo fora como se não houvesse amanhã, passava pelos jogadores do Barcelona como se estivessem parados, e aos 81 minutos fez o golo do empate.
O Barcelona recompôs-se, fez das fraquezas forças e conseguiu aguentar até ao prolongamento sem sofrer mais estragos, também porque o Sevilha, conseguido o empate, acalmou, respirou fundo e sentiu que tinha invertido o rumo dos acontecimentos: se ao intervalo estava quase acabado, aparecia agora como a equipa mais motivada, com mais capacidade física e com a moral em alta, tudo fruto de uma recuperação alucinante, que os colocara perante um resultado de 4-4, depois de estarem a perder por 4-1.
A primeira parte do prolongamento correu monótona, com ambas as equipas fisicamente desgastadas, até que aos 115 minutos, num livre direto, o guarda redes Beto defende uma bola para a frente, onde aparece o talismã Pedrito. O Barcelona faz o 5-4 a 5 minutos de acabar o jogo, numa altura em que já toda a gente pensava nos penaltis.
Mesmo assim, nesses 5 minutos restantes, o Sevilla criou duas oportunidades de golo flagrantes, que só não concretizou por falta de concentração e porque o Barcelona estava, mais uma vez, protegido por aquela estrelinha que beneficia os campeões.
Nenhuma destas equipas merecia ter perdido o jogo, mas a decisão por grandes penalidades seria, ela própria, uma injustiça tão grande como a derrota de qualquer um. Há um momento em que Nikê, a deusa grega da vitória, tem de tomar uma decisão. Em certos momentos, o "sopro da vitória" é inglório para uns, mas os deuses não brincam em serviço e nunca se enganam.
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